A cineasta Kathryn Bigelow - diretora de “Guerra ao Terror”(2010) e
primeira mulher a vencer um Oscar de Melhor Direção por este mesmo filme
- se prepara para lançar no final do ano um longa sobre a busca de
Osama Bin Laden. Produzido por Bigelow e Mark Boal, a produção terá como
atores principais Jessica Chastain, Joel Edgerton e Mark Strong. Apesar
de retratar um fato histórico ocorrido no Paquistão, as filmagens
ocorrem desde março na Índia porque a equipe não foi autorizada a
trabalhar no país em que o líder terrorista foi encontrado e morto em
2011. As filmagens na Índia, mais precisamente na cidade de Chandigarh -
cerca de 240 quilômetros da capital, Nova Délhi – não foram bem
recebidas pelos locais, que não gostaram de ver a presença de carros com
placas da cidade paquistanesa, nem as sinalizações de trânsito
modificadas e reescritas em Urdu (idioma falado no Paquistão). Além
disso, mulheres vistas andando nas ruas com burcas e homens com trajes
tradicionais do Paquistão provocaram revolta entre os hindus
direitistas. A contrariedade se justifica pelo fato de a Índia e o
Paquistão serem inimigos políticos. Líderes indianos chegaram a afirmar
que impediriam as gravações e queixaram-se do fato de o governo não ter
impedido as filmagens.
O filme “Zero Dark Thirty” (ainda sem tradução em português) deverá
ser lançado no dia 19 de dezembro e já causou polêmica também em solo
estadunidense. O governo Obama foi acusado de fornecer informações
estratégicas e sigilosas para a diretora. Os acusadores afirmam que, em
troca, o presidente seria beneficiado com o lançamento da produção que
favorece sua gestão em uma data próxima às eleições americanas,
agendadas para novembro. Por causa disso, o filme teve de ser adiado
para poucos dias após as eleições. A diretora do filme, no entanto, nega
as acusações de beneficiamento mútuo: “Nosso projeto de filmar a busca
de quase uma década por Bin Laden já existe por muitos anos. Ele integra
trabalhos dos presidentes Clinton, Bush e Obama, além de estratégias do
Serviço Secreto”. Segundo ela, “a morte de Bin Laden foi um triunfo
não-partidário, e não há como retratar esta enorme vitória de um jeito
que não seja heróico”, justificou. Com informações do Estadão.
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